Manutenção da fachada
Apesar
de cara, limpeza é necessária e evita futuros problema
Limpeza de fachada de prédio causa polêmica entre moradores em SP
Lei municipal prevê multa para edifícios mal
conservados.
Prédios que têm a fachada suja ou mal conservada podem ser multados em
São Paulo. Uma lei municipal de 1988 diz que as fachadas dos condomínios
deverão ser lavadas ou pintadas a cada cinco anos no mínimo. Entretanto, basta
dar uma olhada nas ruas da cidade para ver que a lei não pegou. Isso é motivo
de muita discussão também nos condomínios. Tem morador que acha que precisa dar
um retoque na pintura. Outros não querem saber de reforma nenhuma.
Um edifício que fica na Lapa, Zona Oeste, foi construído no começo dos
anos 60 - época em que era chique revestir a fachada com pastilhas. Cinquenta
anos se passaram e o bonito ficou decadente. "Devido aos grandes valores
para orçamento, a fachada nunca teve reforma”, diz o subsíndico do prédio
Leopoldo Maccheroni.
Ele tentou aprovar na assembleia do condomínio o orçamento para a
reforma da fachada.Nada feito.
"Eu achei que o
valor estava muito alto e eu não tinha condições para pagar", comenta o
aposentado Antônio Mazzetto.
O subsíndico não desistiu. Correu atrás do dinheiro e encontrou a
solução sem mexer no bolso de ninguém: alugou o espaço no alto do prédio para
empresas de telefonia instalarem antenas. São R$ 4 mil que entram na conta e
vão servir para pagar as prestações.
"Está em andamento, há quase 30 dias, com previsão de mais quatro
meses. Mas tenho certeza que o condomínio terá uma outra fachada, uma outra
representação, e uma outra vista para a região", completa o subsíndico.
Damaris de Oliveira, dona de casa, sempre foi a favor da reforma. Ela
adora ver a casa bem arrumada, e agora só espera que a obra termine logo. “Vai
dar vida nova, vai parecer um prédio de verdade, um prédio que tem moradores
que gostam de tudo bonito.”
"São Paulo precisa muito de restauração de fachadas. Os prédios
muitas vezes ficam muitos anos sem fazer nada. Isso gera infiltrações,
depreciação do patrimônio e um trabalho bem feito valoriza um imóvel entre 10%
e 30%”, explica Paulo Ramalho, diretor de uma empresa de reforma de fachadas.
É com isso que os moradores de Santo Amaro, na Zona Sul da capital, estão
preocupados. A última pintura na fachada foi há sete anos. A economia saiu caro
e tem muita gente no prejuízo. Em uma das paredes, basta passar a mão que a
tinta sai aos pedaços. A massa envelhecida passa toda a umidade para os
apartamentos. "Foi chovendo, a umidade foi aumentando e agora para janeiro
e fevereiro, com a chuva de verão, aí começou a estufar, estufar”, diz a
comerciante Silvana Cardoso. Ela precisa lavar a roupa guardada todo mês.
O síndico, Isaías Leite, conta que, na gestão passada, o outro síndico
não havia conseguido a aprovação do projeto de pintura. Agora tem uma
assembleia marcada e o administrador quer começar a pintar logo. “O condomínio
vai ser valorizado, o condomínio vai ficar bonito. Os problemas que nós temos
que são fissuras, rachaduras e infiltrações - e muitos moradores estão com
problemas sérios - serão sanados.”
Fonte: http://g1.globo.com