DESCOLAMENTO DE PASTILHAS
O fato é que quando se abrem fissuras, ocorre infiltração de água, gerando manchas, estufamentos e afetando o interior dos apartamentos. No caso de pastilhas ou cerâmica, de acordo com o engenheiro, a água pode também entrar pelo rejunte, correr por trás e provocar a queda da argamassa e do revestimento. É uma situação mais comum em locais com alto índice de chuvas, pois tanto a argamassa quanto o concreto se dilatam ao receber água e se contraem quando perdem, num movimento chamado termo-higroscópico. "E revestimento em pastilha, geralmente, quando cai de um lado há problema também do outro e é preciso trocar tudo", alerta Couto Júnior.
"Estou há 28 anos fazendo perícia e tem momentos em que bato o olho e já sei qual é o problema; mas tem horas que não, que é preciso estudar e investigar a causa e pode haver mais de uma. Normalmente retração de massa e fissura de recalque, que são os problemas mais frequentes, já identifico de imediato", afirma o engenheiro, que aponta uma relação direta entre a ocorrência de problemas e a construção do prédio. Ou seja, muito do que acontece resulta da execução da obra, com eventual uso de produtos inadequados ou da aplicação errada, que comprometem muito a durabilidade dos revestimentos e potencializam as chances de problemas. Por exemplo, a aplicação de revestimento inadequado por questões de economia, com assentamento feito às pressas, possivelmente vai resultar no descolamento de pastilha.
Portanto, não é só prédio antigo que está sujeito a problemas na fachada. E a melhor conduta é sempre manter o rigor na inspeção periódica, como postura preventiva. "Uma vez identificada a patologia, o especialista poderá indicar o que deve ser feito e estabelecer prioridades", conclui o engenheiro.
Por Lília Rebello
Matéria publicada na Edição 179 - mai/2013 da Revista Direcional Condomínios